Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore e até a flor, eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada, por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.
Fernando Pessoa
Um eu postiço que de fato sou...
ResponderExcluirUm eu que ama,odeia e sente-se indiferente numa mesma ação...
Um eu que move-se com o tempo...com as sensações,
com as emoções...um eu que explode e eclode!!!
Mas que sou eu...assim...cru de modo a ser preparado...
Mas seé que existe um preparo...
Logo a presente variante que por ora me determina,outrora elimina e segue com os dias
transitantes nas diferentes cores que a luz propaga.
*Parabéns pelo blog!!!
Imagem super complementar ao Pessoa...ás Pessoas!!!