"Por vezes, tenho reparado: aquele que mais reclama do uso é o que mais se permite ser usado." Saber que os sinais eram mais que claros, mas por excesso de apego, por carinho excessivo e incondicional, ou simples medo de perder, você se permitiu ignorar as grosserias, as contradições, o pouco caso com que sempre fora tratado, e mentiu pra si mesmo nomeando todo esse egoísmo de 'personalidade', só para defender àqueles que jamais fariam o mesmo por você. Se pudesse resumir como me sinto, diria que me sinto como uma psicóloga particular, a quem as pessoas procuram nos seus piores momentos, e assim que conseguem a salvação que buscavam, te dispensam e te esquecem. Simples assim, fácil assim. Fim do expediente.
Queria conseguir fazer algo mais que simplesmente chorar. Queria transformar essa angustia em ação, essa nostalgia doentia daquele tempo em que eu não conseguia enxergar, ou me conformava em me fazer cega em ordem de não sofrer. Queria não conseguir ver tanto egoísmo, tanta falta de reciprocidade ou simples e opcional descaso. Mas mais do que não ver, eu queria poder sentir o mesmo, queria realmente parar de me importar, de sentir falta, ou de perder minhas noites me perguntando o porquê de não ser boa o suficiente para compartilhar de seus sorrisos, já que no momento das lágrimas meu nome sempre é o primeiro da lista. Pior do que não ter essas respostas, é encontrá-las com tanta clareza. Ver seus defeitos sobre uma lente de aumento, e cada dia encontrar mais para somar. Perceber que o caráter nunca vai competir com a beleza; perceber que a amizade nunca vai competir com o coleguismo; perceber que o bem querer nunca vai competir com a má influência; perceber que fazer o certo nunca vai competir com fazer o errado; perceber que os que levantam nunca vão competir com os que derrubam; perceber que temer à Deus nunca vai competir com viver no pecado; perceber que qualidades são hoje vistas como defeitos, e que você parece ser o único a discordar de tudo isso.
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