domingo, 25 de setembro de 2011

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De repente tudo que é importante perde o sentido, como os sonhos infantis que o tempo carrega sem prévio aviso; tudo que é real perde a essência, como a inocência colorida que as decepções cobrem de cinza; tudo que se construiu desmorona, como um castelo de cartas exposto a um sopro que sussurra realidade aos ouvidos incrédulos.

Carcaças nostálgicas a se lembrar da felicidade que há muito partiu de mãos dadas com a ingenuidade, sem bilhetes de despedida ou um telefonema de adeus, sem tutorial de sobrevivência ou manual de instruções para o que fora deixado pra trás; repentinamente se foi do mesmo modo que repentinamente batera à porta, embora tivesse convite de entrada mas nunca horário de saída, pichando pelo caminho que quando não se tem planos de continuar é melhor sequer começar, porque o que se ganha a princípio nunca cobre o saldo das dívidas futuras.

Espera-se enfim que existam muros e placas pelo restante do percurso, e que a tinta não se acabe enquanto as interrogações continuam insistindo em permanecer.



"... I'm digging my way
I'm digging my way to something
I'm digging my way to something better..."


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