terça-feira, 24 de maio de 2011

Broken mirror.

Hoje sei menos do pouco que soube ontem, se é que do pouco eu realmente soube algo; o que antes era confusão, hoje é um espelho quebrado que nada reflete além do imenso vazio que contigo trouxeste, para somar ao que em mim há muito encontrou moradia. Se ao menos em atos fosses mais claro que em palavras, talvez esse quebra-cabeças não seria tão angustiante, mas proveniente de ti tudo é uma imensa incógnita, e já me perdi ao tentar descobrir o que é sincero e o que é automático; o que é espontâneo e o que é necessário; o que é você e o que é apenas minha necessidade desesperada por uma resposta. Se não fosses assim tão irritantemente complexo já o teria em meu arquivo de chuvas amenas, porém longe das tempestades, longe de meu interesse: a gana masoquista a tudo que me confunde e desgasta.

Não posso aceitar que não tenhas sentido nem mesmo a metade do que coube a mim sentir, pois me nego a acreditar que sejas assim tão bom ator, com sua bipolaridade cruel que me leva do céu ao inferno em um segundo, e me faz queimar com um sorriso no rosto, uma satisfação mórbida, necessidade de sentir ainda que o sentir me doa. E entre dezenas de palavras gastas atrevo-me a me focar em um rápido e tímido olhar que já perdido no tempo me dizes muito mais que essa sopa de sílabas, que longe do calor da presença de duas almas perde todo o sentido, toda veracidade, convertendo-se em um jogo onde nada se tem a ganhar além de mais interrogações à minhas noites insones.

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Constant search.

Coração apertado. Dor. Sim, aquele sentimento antigo que há muito não me atormentava. Queria entender o porquê, de se insistir em sofrer por tão pouco. Queria entender o porquê, de se habituar tão rápido a sentimentos instantâneos. Nunca há um futuro, nunca há o depois; há somente o agora que insiste em ser intenso para nos pregar peças. Há somente a insistente capacidade de enxergar intensidade onde não tem. Há somente a teimosia desesperada, essa busca incessante por amor, por entrega mútua, pela possibilidade de encontrar aquele a quem se entregaria, aquele a quem amaria como se não houvesse amanhã; aquele amor utópico, patético, ridículo. Ridículo, mas necessário. Necessário para nos fazer sentir vivos; para nos tornar vivos. Um choque elétrico em um coração congelado, que insiste em se derreter na direção e momento errado. Quizera eu ainda ter a quem culpar, mas esse peso é somente meu, essa culpa é somente minha.

domingo, 15 de maio de 2011

Expose yourself

Klein Sexual Orientation Grid


I scored an average of 1.19


01 2 3 4 5
6
HeterosexualBisexual Homosexual

Meaning

This result can also be related to the Kinsey Scale:


0 = exclusively heterosexual
1 = predominantly heterosexual, incidentally homosexual
2 = predominantly heterosexual, but more
than incidentally homosexual
3 = equally heterosexual and homosexual
4 = predominantly homosexual, but more than incidentally
heterosexual
5 = predominantly homosexual, incidentally heterosexual
6 = exclusively homosexual

Summary

The idea of this excercise is to understand exactly how dynamic a person's sexual orientation can be, as well as how fluid it can be over a person's lifespan. While a person's number of actual homo/heterosexual encounters may be easy to categorize, their actual orientation may be completely different. Simple labels like "homosexual", "heterosexual", and "bisexual" need not be the only three options available to us.

Take the quiz

quinta-feira, 12 de maio de 2011

12:44

"Incompreenção"


Há dias em que a gente acorda assim, doente
irremediavelmente...
de um incurável mal...
-há dias em que a gente acorda assim, poeta
a alma romântica, inquieta,
sentimental


Tu... pobre homem que ris disto que escrevo e digo
que escarneces de mim e irônico me olhastes...


Tens direito de rir... e até te bendigo:
-porque nunca acordaste...

(JC Araujo, "Os mais belos poemas que o amor inspirou"- Vol. II - 1º edição 1965)



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Disconnected

Nem eu sei dizer o que quer dizer esse encanto. Hora ou outra encontro-me avulsa, perdida em devaneios sobre palavras e encontros, possibilidades há não muito deixadas no ar, à espera de um futuro cuja existência se desconhece; e talvez aí esteja o encanto: na dúvida, na ansiedade, na expectativa há muito perdida que já começa a desabrochar.

Melodia de Beethoven na frustrada tentativa de por em ordem as ideias. Neurônios em sintonia com cada nota que me percorrem os ouvidos, embora minha mente ainda se encontre ausente nesse mundo que em tão pouco tempo você me ajudou a criar; quisera eu ter algum poder sobre mim, estranha e rebelde em cada pensamento e atitude, movida por tudo menos pela tão almejada razão.

Sua confusão me atormenta, pegadas na areia em dia de ventania; palavras desconexas e atitudes ilegíveis, comunicação escassa que perdera toda intensidade e honestidade. Seria um sinal? Pudera eu saber. Só sei que do pouco que sabia, subitamente nada mais sei, e o pouco que sentia enterrei nesse imenso turbilhão de intermináveis interrogações.

terça-feira, 10 de maio de 2011

" Pensando no assunto mais tarde, ele concluira que é melhor enxergar o que nos aterroriza do que apenas ouvi-lo à distância. "
(O emblema vermelho da coragem - pág.90)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Emptiness

Como era sentir? Como era a sensação da pulsação forte no peito, o frio na barriga, sentidos aguçados e em total descontrole? Tudo aquilo que sempre me fora tão comum, transformadas em lembranças de um passado remoto. Tudo o que eu desesperadamente lutei para jogar fora, hoje ecoam dentro do imenso vazio que me tornei, implorando por uma ressurreição. Dia não sinto mas não sofro, dia não sofro mas não sinto. Se devo me alegrar ou me entristecer, de que adianta saber? No final do dia tudo se converterá em apatia, em silêncio, dentro desse coração de apenas um quarto, ocupado pelo nada que não tem planos de partir. Tudo que sei é que prefiro lidar com a dúvida ao desprezo; com a solidão ao adeus; com a ausência à presença temporária; com a apatia à dor. De todo modo ainda posso fingir, assim como consigo com maestria reproduzir sentimentos que um dia foram uma incontrolável fogueira, e que agora não passam de fagulhas com hora marcada para expirar. "Ainda assim nada real; ainda assim nada intenso" meu coração retruca, embora não com autoridade suficiente para convencer-me a tirar a armadura, porque afinal, de real e intenso ainda tenho vívidas memórias que hoje nada mais são do que cicatrizes à colecionar.

Ainda assim escrevo com receio de que toda essa sinceridade esteja se transformando em mentira. Subitamente algo morto está aparentemente começando a ser desenterrado. Se voltará a vida, porém... só o tempo poderá dizer.


terça-feira, 3 de maio de 2011

Let it be

'Seja isso e não aquilo, estão todos te assistindo. Não escorregue, uma única queda e um osso já é quebrado. Cuidado! Olhe para os lados, não fume e não beba, não faça cena, mantenha uma expressão amena que o futuro já vai chegar. Tire essa camiseta surrada, troque essa calça suada, lave essa maquiagem indecente e guarde esse all star. Vista uma roupa de marca, compre um salto, olhe pro alto, e não se esqueça de agir com tato. Endireite essa coluna, empine essa bunda, mantenha um sorriso falso nesses lábios pintados. Não coma porcaria, vá pra academia, perca algum peso ou ninguém irá te amar. Mantenha a apatia e case-se com um sobrenome, ninguém precisa de alegria se a moral estiver intacta.'

Desculpe sociedade mas agora só faço o que me der vontade, e se no final tudo der errado ainda me orgulharei por não ter te escutado.

domingo, 1 de maio de 2011

Feelings, feelings, set me free

Ando com muito o que pensar, mas pouco o que escrever; é o que acontece quando sente-se demais mas pensa-se de menos. No fim das contas é isso que sou, uma medíocre máquina de gerar sentimentos que em quase sua totalidade não deveriam ter sido gerados, e não seriam de fato se a razão fizesse parte de pelo menos 1% do meu ser; mas isso é o que somos: inúteis bombas emocionais, dependentes dessa característica que ainda que saibamos que acabará por nos matar, nos levará para a tumba com um estúpido sorriso no rosto, afinal nós somos estúpidos; isso faz parte de toda nossa essência humana, e querendo ou não todos nos orgulhamos de quão estupidamente estúpidos somos, talvez por não sabermos lidar com nós mesmos o suficiente para tomarmos as rédeas, ou talvez por gostarmos de fato de nos sentir escravos de nossos sentimentos, de nossos ímpetos, de nossas necessidades desnecessárias, porque assim nos aproximamos de nossa humanidade, nos tornamos mais espontâneos e menos mecânicos, fugindo de nossa realidade de máquinas programadas, criaturas montadas, marionetes a mercê das cordas do mundo que nos ronda. Seria mais fácil escolher em um catálogo, o melhor e o pior em ênfase, ilustrados, explícitos; mas seria suficiente?

XO, Owl.

Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia
e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,
faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
que é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo,
porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
querendo,conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra
gente...

Luis Fernando Veríssimo